O mercado de ofertas públicas iniciais (IPOs) no Brasil sofreu um grande revés nos últimos anos devido à instabilidade econômica e ao aumento das taxas de juros. No entanto, 2025 pode marcar uma virada significativa. Bancos de investimento estão otimistas e vislumbram um cenário mais favorável, impulsionado pela possível estabilização macroeconômica, cortes nas taxas de juros globais e maior apetite por ativos emergentes.
Essa expectativa está fortemente ligada ao interesse de investidores estrangeiros, que poderiam ser um pilar importante para a retomada dos IPOs no país. Um dos fatores determinantes para essa perspectiva positiva é o cenário de corte de juros pelo Federal Reserve dos Estados Unidos, o que deve gerar um efeito cascata global, facilitando o acesso ao crédito e reduzindo o custo de captação para as empresas.
Além disso, a busca por diversificação de portfólios por investidores internacionais coloca o Brasil como um mercado atrativo, considerando a recuperação potencial das grandes economias emergentes. A estabilização fiscal no Brasil e as reformas estruturais também devem contribuir para um ambiente mais seguro e previsível para novos investimentos.
Entre os potenciais candidatos a abrir capital estão empresas como BRK Ambiental, Compass e Aegea, que esperam a janela certa para suas ofertas, aproveitando a melhora nas condições do mercado e a liquidez internacional.
No entanto, o retorno dos IPOs no Brasil não será sem desafios. A confiança dos investidores ainda precisa ser conquistada, especialmente em um contexto onde os riscos políticos e as incertezas regulatórias persistem. A transparência e a governança corporativa das empresas serão aspectos cruciais para atrair capital estrangeiro.
Por outro lado, a nova agenda ESG (ambiental, social e de governança) deve impactar positivamente o mercado, com mais empresas buscando adaptar suas práticas e estratégias a esses critérios, visando se posicionar melhor frente aos investidores internacionais. Empresas que demonstrarem compromisso com sustentabilidade e responsabilidade social terão uma vantagem competitiva no processo de abertura de capital.