Após passarmos por uma pandemia, que parece caminhar para o final, a necessidade em investir em tecnologia e inovação para a área da saúde se demonstrou necessária. De acordo com o relatório do Distrito, o Brasil tem mais de 700 healthtechs registradas e o número deve crescer ainda mais nos próximos anos.
Quando olhamos a distribuição dessas empresas a maior fatia está concentrada em soluções para a Gestão e Prontuários Eletrônicos, com 25% das startups, seguidas por Acesso da Informação (16,7%) e Marketplace (12,6%). As healthtechs de Telemedicina somam 11,8%, número que tende a aumentar com a regulamentação do serviço publicado pelo Conselho Federal de Medicina em 20 de abril de 2022, temos ainda as startups voltadas para as áreas de Farmacêutica e Diagnóstico (10%).
A maior concentração dessas empresas está na região sudeste do Brasil, lideradas por São Paulo com 44% das healtechs – aqui entra inclusive a iClinic, empresa de software para sistema para gestão de clínicas, telemedicina e agendamento de consultas, que foi vendida por R$ 182,7 milhões para Afya em 2020 -, Minas Gerais, Rio de Janeiro, com 10,4% e 9,1% respectivamente, o primeiro estado fora do sudeste é Rio Grande do Sul com 8,9%. Na região Norte, Manaus concentra apenas 0,4% do montante.
Em 2021, as startups brasileiras de saúde captaram US$ 344,3 milhões, um crescimento de 329%, entre as rodadas que se destacaram a Alice – startup de gestão de saúde recebeu, em uma rodada série C, o aporte de US$ 127 milhões, o maior da América Latina. O investimento contou com a participação da SoftBank, Allen & Company LLC, G Squared, Globo Ventures e StepStone.
Além de gestão de saúde, os investidores também têm voltado a atenção para os serviços de saúde da mulher. Segundo uma pesquisa da Frost & Sullivan, esse nicho de mercado já está avaliado em US$ 5,8 bilhões, e a previsão é que movimente US$ 50 bilhões até 2025 em todo o mundo. Hoje há cerca de 23 healthtech que oferecem serviço para o público feminino, a maioria em soluções fitness e bem-estar.
Outro fato que parece ser uma tendencia é o crescimento de aceleradoras e incubadoras com maior foco na área de saúde, como é o caso do SUPERA Parque da USP Ribeirão Preto e da aceleradora Health me Up da QuikDev.
Mas e quais são as tendências para os próximos anos?
A primeira tendência é desenvolver uma infraestrutura necessária para que todos os diferentes sistemas se comuniquem, agilizando os processos e fazendo com que os pacientes sejam atendidos nos mais diferentes consultórios, seja público ou privado, e seu histórico possa ser acessado. Esse desafio só será possível com tecnologias de empresas que tenham soluções em interoperabilidade.
Em segundo lugar temos a Segurança de Dados na Saúde. Essa preocupação sempre existiu por parte do Conselho Federal de Medicina (CFM), agora está somada à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Dessa forma, é que as startups de saúde busquem soluções capazes de proteger ainda mais o paciente.
Outra tendência são os Sistemas de Gestão de Saúde, o segmento que lidera as empresas do setor, trazem a informatização das clínicas e consultórios, dando adeus às agendas de papel e planilhas de excel, com o uso de softwares de gestão que atendam às necessidades específicas de cada cliente.
Além disso, aumentou o volume de startups focadas no diagnóstico e tratamento. Um dos segmentos com crescimento durante a pandemia foi para identificação de riscos sanitários, além de inovação para os tratamentos, desde tratamentos terapêuticos, como é o foco da startup ODAPP, focada no tratamento do espectro autista, quanto tratamentos clínicos, como é o caso da startup Fix It, focada em tratamento ortopédico.
Por fim e não menos importante, como já dissemos anteriormente a Telemedicina, com a Regulamentação do serviço podemos afirmar que atender pacientes por chamadas de vídeos veio para ficar. O ano de 2022 pode marcar ainda a primeira Unicórnio brasileira em saúde com a Alice liderando a corrida, de acordo com o relatório do Distrito.